domingo, 26 de dezembro de 2010

OPUSOPIU




I

o corpo todo tremeu a 
dissipar energia
crispou
tratado qual possesso
leram estridentes
lucas marcos mateus
e a vara de porcos
precipitou sobre o
banquete de natal.

II 

água bruta de barrela
não dá vinho nem batiza
suor lágrima saliva
tem odores
escorrem qual coriza
em noite de sereno
pingam pingam pingam
até purificarem o corpo
liquidado.

III

despreocupado 
como os corvos e os lírios
construiu a casa sobre a areia
jogou pérolas aos porcos
e andou sinuoso por caminhos
espaçosos
farto e bêbado
sem saber qual deus brindar
no banquete eucarístico
gritou eufórico: evoé baco!

IV

foi temendo seus próprios mistérios 
receando desvenda-los e dar vida 
às suas paixões 
que o amargurado humano ergueu 
as mãos ao céu 
com a carne cindida entre desejo e juízo 
relegou ao mundo centelhas de seu deus 
e diabo: 
maneira engenhosa de se afastar de si mesmo. 

V

deus ciumento! 
não bastasse reclamar um eterno 
amor sem libido 
insiste em sua barbárie 
ao macular o cinzel do 
artista. 

VI

o gênio de Agostinho em suas 
lamentações 
nada percebeu da humanidade. 
sua abstinência sua moral da abstenção 
e seu sonho de ser castrado 
não conseguiu ocultar sua devoção 
ao sacramento maior – a concupiscência. 

VII 

longe do vício da arte 
e da embriaguez das paixões 
caminha teso o seguidor 
do senhor dos costumes 
hirto, rijo e forte 
quando sente o calor do caralho 
recorre ao reverendo 
para bisar-lhe levítico,18.

A quem, por não saber nadar,


Aprendeu a andar sobre a água.

Esta série de proto-poemas – Opusopiu – é a síntese de uma reflexão breve e imediata sobre o imaginário coletivo povoado por tantos signos religiosos. Com o tom iconoclasta o autor revisita metáforas e parábolas com a intenção de reintegrar a Palavra num novo contexto de idéias.
            O próprio título Opusopiu é a junção do referenciado opus musical com o opiu (ópio) no sentido figurado de entorpecimento. Esta junção para além de qualquer significado carrega a sonoridade do insondável e do lúdico, este sim o mais importante neste minúsculo trabalho.
Rodrigo A. Magalhães.




I


sacudió todo el cuerpo
disipar la energía
temblaron
tratado que poseía
leer estridentes
Lucas Mateo marcas
y la piara de cerdos
barriendo el
Banquete de Navidad.

II


lejía de agua cruda
no da vino ni bautizar
la saliva sudor lágrimas
olores ha
Coriza que fluye
noche tranquila en
de goteo por goteo por goteo
para limpiar el cuerpo
reiterada.


III

despreocupado
como los cuervos y los lirios
construyó su casa sobre la arena
lanzó perlas a los cerdos
y caminó a lo largo de senderos
amplias

enfermo y borracho
sin saber qué dios pan tostado
en el banquete eucarístico
gritó eufórico: baco Evoè!


IV

tenía miedo de sus propios misterios
revela que temer y dar vida
sus pasiones
el hombre amargado levantado
las manos al cielo
con la carne que es dividido entre el asombro y la comprensión
relegado al mundo de las chispas de su dios
y el diablo:
ingeniosa manera de valerse por sí mismo.

V

dios celoso!
no es suficiente para reclamar una eterna
amor sin la libido
insiste en que su barbarie
el cincel de la mácula
artista.

VI

el genio de Agustín en su
lamentaciones
no sabía nada de la humanidad.
la retirada de su fracaso moral
y su sueño de ser castrado
no podía ocultar su devoción
la mayor sacramento - la lujuria.

  VII

lejos de la adicción de la técnica
y la embriaguez de la pasión
camina con rigidez seguidor
señor de las costumbres
rígido, tieso y fuerte
cuando se sienta el calor del infierno
se refiere a la Reverenda
por su repetición Levítico, 18.

¿Quién, por no saber nadar,

Aprendió a caminar sobre el agua.


Esta serie de proto-poemas - Opusopiu - es la síntesis de unareflexión inmediata y breve en el imaginario colectivo poblado designos religiosos tantos. Con el tono iconoclasta autor retoma las metáforas y parábolas destinados a reintegrar a la palabra en unnuevo contexto de las ideas.
             El título en sí es la unión de Opusopiu referencia con laobra musical opiu (opio) en el sentido figurado deentumecimiento. Esta unión más allá de cualquier significado llevael sonido de la insondable y juguetón, pero este trabajo más importante de este pequeño.

Rodrigo A. Magalhães.



Póngase en contacto con: rodrigoamagalhaes@hotmail.com

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