sexta-feira, 24 de abril de 2009

Minhas férias....

Havia dois momentos especiais no ano para mim: as férias de julho e a de dezembro, rsrsrs.
Não tinha muitos amigos naquela época, isto significava que saia pouco de casa. Saia da rotina da escola, pois, a maioria da minha formação foi em escolas católicas imagina a liberdade que existia.
Então no sítio dos meus avós materno era onde sabia o que era liberdade...
Subir em árvores, tomar leite direto no curral, andar de carroça, jogar futebol, observar as galinhas, tomar banho de rio, comer comida do fogão à lenha, sentir o cheiro do mato. Comer amoras, mangas, mexericas, jambos, goiabas e outras frutas direto do pé.
Tudo era mágico a começar pelo sobrado, velho casarão, todo de madeira com seu porão abaixo. Construído pelo meu bisavô para abrigar sua família e até então resistiu muito forte a quatro gerações que viveram ali. No começo quando chegava no sítio na casa não havia energia hidroelétrica. A noite o que nos iluminávamos era apenas as luzes de lampião a gás. E ficava olhando o suicídios de besouros e mariposas, tanto pelas aranhas infiltradas nas frestas das paredes ou pelo aquecimento no lampião. Ficava também entretido nos causos de tios e avós. Havia as serenatas com toda a primaiada dançando e batucando, rsrsrsrs.
Magias também aconteciam na mata onde era captada água para casa.Uma linda mata ciliar onde eu e meu avô Irineu íamos para ligar ou desligar a bomba "Martelo". Passávamos por um pomar e um plantio de amoras e chegávamos na mata da mina. Parecia outro mundo, outro cheiro, outra umidade, borboletas quase transparentes e também azuis; vários cantos de aves e sapos... Subíamos as árvores para escutar a onça beber água onde meu avô fazia-me imaginar...
A criação do sítio também não era nada convencional acredito eu: poucos tiveram oportunidade de ter na sua infância uma criação de bicho-da-sêda. Lagartas brancas que devoram folhas de amora. Um rancho cheio de lagartas que quando estão comendo você escuta seu triturar de folhas. A única coisa que a lagarta faz é comer e dormir até entrar no período de casulo onde é feita a transação pelo o agricultor. E o trabalho do meu avô e meu tio era controlar o ambiente do rancho e tratar das lagartas e como comiam... De vez em quando eu jogava uma lagarta dessa num formigueiro para ver a batalha da vida.
No sítio não havia tempo nem rotina. Enfim era livre para viver...
Na foto temos: À esq. de pé: meu primo Fabrício, Eu. Sentados à esq.: Minha prima Juliana, minha irmã Camila, meu avô Irineu ( hoje com 85 anos) e minhas primas Adriana e Simone.

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