domingo, 19 de junho de 2011

Desabafo de um amigo professor...

Car@s,

por favor me ajudem a lançar essa carta ao mar!

Rodrigo Araújo Magalhães, um professor a beira de um colapso emocional!


FINGIR QUE NADA ESTÁ ACONTECENDO é um recurso perverso e que tem um propósito muito claro: individualizar um problema que é coletivo.
O CED 03 está doente e eu não sou o problema da escola. Mas agora, essa doença coletiva está se instalando no meu corpo, estou emocionalmente fragilizado.
Estou desde o mês de dezembro de 2010 e desde sempre reivindicando uma identidade e um outro olhar em relação a educação. O meu erro é participar, ter uma vida pública e se preocupar com a dimensão social de um estabelecimento de ensino.
SEGUNDA-FEIRA não vou a escola, não estou em condições emocionais para dialogar com quem sempre fingiu que NADA ACONTECEU E NADA ESTÁ ACONTECENDO!
Não se faz uma transformação no ced 03 sozinho, mas o indivíduo sozinho pode problematizar uma situação e transforma seu ato em reflexão coletiva. É isso que estou me propondo.
Meu trabalho sempre foi público e sempre primei pelo espírito coletivo. Disso ninguém pode reclamar. Fui membro do Conselho Escolar, organizei de forma transparente as eleições para diretor, mesmo não concordando com a maneira de gerir da sra. Marlene, sempre incluir meus alunos em atividades extra-escolares para criarem um sentimento de pertencimento do mundo da rua, a famosa ágora. Sempre achei que a escola deveria estar em rede e compartilhar com outras escolas e com a comunidade experiências positivas para mudar a forma de relacionamento entre alunos, pais, funcionários e professores.

Sempre me preocupei com o bem estar no local de trabalho. Participei de confraternizações, criei ginástica laboral para recuperar físico e psicologicamente nossos colegas que são sobrecarregados diarimente por salas lotadas, reuniões infindáveis etc.

A resposta ao zelo e a uma disposição em dar aulas, fazer atividades extra-classe e extra-escolar é um FACADA nas costas que eu estou tentando entender a quase um ano. MINHA ASSINATURA FOI FALSIFICADA e meu trabalho foi perseguido. Defendem um crime alegando que a ex-diretora está doente. AGORA EU ESTOU DOENTE! Chega de omissão. Procurei meus "colegas" "superiores", supervisor pedagógico, coordenadores, vice-diretor, etc. De todos a mesma resposta: '" - isso é um problema individual seu". Sendo que eu ocupava uma função de representante dos professores no conselho escolar.

Nunca se falou tanto em humanização das relações de trabalho, nunca se falou tanto em ética, nunca se falou tanto na necessidade de professores interessados e comprometidos.

Em troca de tudo isso:

"Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem:
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada."

Não concordo, e mesmo sem voz eu não vou me silenciar, vou me comunicar por gestos e lançar cartas. Podem cortar meu ponto, podem tentar me coagir, mas eu não posso mudar de opinião. A vida é uma só e eu não quero ser omisso com meus alunos que estão agora entrando na vida do rua, da ágora, do espaço público, onde todos devem ser tratados de forma igualitária.

"Podem me prender, podem me bater
Podem até deixar-me sem comer
Que eu não mudo de opinião.
Daqui do morro eu não saio não, daqui do morro eu não saio não."

Fazem inúmeras noite que não durmo direito, estou a flor da pele. Não estou em condições emocionais para trabalhar e estou me sentindo perseguido. Em resposta a isso o vice-diretor afirma que vai CORTAR MEU PONTO. Essa e a maneira humana de tratar um profissional?!
Digam ao omissos que não posso ser massacrado dessa maneira. Não vou ficar internalizando e somatizando essa carga de desrespeito. Vou gritar até que os omissos também sintam a minha dor.


PEÇO AOS MEUS AMIGOS QUE VENHAM ME ACUDIR. 
AOS MEUS INIMIGOS PEÇO QUE LEVANTEM SUAS ARMAS E NÃO PERCAM O SENSO DE JUSTIÇA.

rodrigoamagalhaes@hotmail.com
Eu conheço totalmente esta realidade macabra do estado burguês reprimindo a educação crítica.

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